Começam os preparativos para o 3º Prêmio Criar e Realizar
Concurso inicia em 14 de julho e a premiação está marcada para 22 de setembro. Workshop realizado na segunda-feira, dia 23, teve novidade: uma oficina de futuros
Cerca de 40 coordenadores e referências de área de 27 unidades da Fundação Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente), localizadas em cidades da região metropolitana de São Paulo, participaram nesta segunda-feira, dia 23 de junho, do workshop preparatório para a 3ª edição do “Prêmio Criar e Realizar”, que ocorrerá em 22 de setembro no Museu Catavento. Realizado pela Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT), este ano, a reunião de apresentação do regulamento teve como novidade o “Laboratório de Futuros”, um exercício promovido pelo CultSP Pro e cuja metodologia visa ensinar a olhar para o futuro com a finalidade de agir no presente. O encontro aconteceu na sede da Fundação Casa.
O “Prêmio Criar e Realizar” tem como público-alvo alunos do curso “Empreendendo um Pequeno Negócio”, também ministrado pela FAT, a adolescentes da Fundação Casa. Pelas regras, cada unidade pode criar grupos de no mínimo 10 e no máximo 15 alunos. O objetivo é que eles desenvolvam um plano de negócio para um empreendimento de qualquer área (indústria, comércio ou serviços), que serão avaliados por duas bancas distintas, até o dia da premiação.
O concurso acontecerá em duas etapas: de 14 de julho a 18 de setembro, os alunos, amparados pelos seus instrutores FAT, vão aprender sobre o tema, escolher um setor e desenvolver um plano. No final do ciclo, serão escolhidos os seis melhores trabalhos. A segunda etapa será o dia da premiação final (22/9), quando os seis classificados apresentarão seus projetos a uma banca de empresários e líderes da sociedade civil. Os três primeiros receberão prêmios conforme a colocação obtida.
A Coordenadora de Projetos da FAT e do “Prêmio Criar e Realizar”, Nágila Carvalho, lembrou que a parceria com a Fundação Casa existe há quatro anos e que é um trabalho importante, pois visa levar educação profissionalizante de qualidade para dentro dos centros atendidos. “É um desafio grandioso. Cada dia tem um assunto novo para lidar, uma situação diferente pra abraçar. Por isso, agradeço a presença de todos, pois essa equipe será a linha de frente dos meninos e meninas que irão se envolver em algo totalmente novo na vida deles. E tenho certeza de que foi uma manhã de muita troca até porque tivemos essa novidade que foi o laboratório organizado pelo CultSP Pro”, comentou.
Cristina Nakasone Watanabe, Gerente Técnica da GEP (Gerência de Educação Profissional) da Fundação Casa, também comemorou o resultado do workshop. Ela agradeceu a presença dos coordenadores e referência de área e as atividades apresentadas pelo CultSP Pro. “Esse workshop foi pensado para ser útil no trabalho que vocês estão realizando com os alunos e, mais do que isso, acrescentar algo mais para a vida de vocês. E nada melhor do que preparar algo que fortaleça cada profissional e a equipe como um todo. Trazer conhecimento novo para que vocês possam implementar no dia a dia do Centro onde vocês atuam e claro, como eu já disse, na própria vida pessoal”.
Laboratório de Futuros
As atividades do Laboratório de Futuros foram aplicadas por três representantes do CultSP Pro: Robson Ferraz, coordenador das Escolas Patrimoniais e Equipamentos Culturais; José Adriano, coordenador de Articulação Social; e Marcele Oliveira, orientadora pedagógica da Escola de Inovação e Sustentabilidade. O CultSP Pro é um programa de qualificação profissional, inovação e sustentabilidade, criado pela Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo de São Paulo.
A ideia deste laboratório é treinar profissionais para pensar o futuro. Tomando a 3ª edição do “Prêmio Criar e Realizar” como exemplo, aproveitou-se a reunião dos coordenadores e instrutores para fazer um laboratório com atividades que estimulam os profissionais a pensarem de forma coordenada no futuro não só dos cursos que eles ministram aos internos da Fundação Casa, mas como esses alunos deverão estar daqui a quatro ou cinco anos.
“A gente parte do princípio de que o futuro não existe. Eu preciso tomar a responsabilidade do que eu quero fazer para que o meu futuro seja diferente, para que o futuro dos jovens que eu estou trabalhando seja diferente, qual é a minha responsabilidade sobre isso. E acho que hoje foi bastante produtivo. Os profissionais aqui presentes se envolveram bastante, se engajaram em fazer e trouxeram a certeza de que eles realmente estão agindo para que o futuro desses jovens seja possível”, disse Ferraz.
Os coordenadores e instrutores que participaram do workshop saíram satisfeitos com o resultado. Jéssica Cinel, coordenadora pedagógica do Casa Governador Mário Covas (Vila Maria-SP) comentou que a reunião serviu para demonstrar que os anseios e desejos são os mesmos. “Independente da unidade, o tipo de menino, a idade do menino, o ato infracional, o desejo de cada um que trabalha na Fundação é que ele saia e aquilo que a gente plantou nele floresça. Quanto ao prêmio Criar e Realizar, é ótimo porque os meninos se sentem importantes. Eles criam projetos, depois a gente vê todo o engajamento deles, do FAT e da gerência em proporcionar que eles empreendam algo”
Para Francisco Carlos Moreira Filho, coordenador pedagógico do Casa Santo André 1, a dinâmica aplicada estimula as atividades dentro do centro. “São atividades que impulsionam tanto a nossa referência, quanto o trabalho dentro dos centros. Isso nos dá um fôlego a mais. Estar junto, estar falando sobre o assunto é sempre muito importante. Em relação ao concurso, eu acho espetacular. Não é mais algo novo, é algo real, e os meninos ficam impressionados dentro dos centros. Há uma mobilização que traz muita experiência, a nós e aos internos”.
Por fim, o coordenador pedagógico do Casa Itaquera, Cícero Galvão, disse que formações como a desta segunda são essenciais para quando eles estiverem lá na ponta, ensinando e trabalhando com os adolescentes. “É muito válido, pois a gente trabalha em equipe e assim a gente divide experiências. Quando esses adolescentes vêm para a gente, é comum as pessoas acharem que eles não têm uma vida lá fora, que eles não têm uma experiência, que eles não têm uma vivência. Mas eles têm e nossa função é fazer com que eles saiam da Fundação Casa com um objetivo e tendo como base tudo o que eles aprenderam aqui”.