Vencedor de concurso internacional de ciências, estudante vai para o Polo Norte em quebra-gelo russo
A expedição, parte do projeto científico internacional Quebra‑Gelo do Conhecimento, organizado pela Rosatom, vai navegar em embarcação nuclear da gigante estatal russa
O estudante carioca Octávio Leal foi selecionado para participar de uma expedição ao Ártico a bordo de um quebra-gelo nuclear da Rosatom, após vencer o projeto educativo internacional Quebra-Gelo do Conhecimento. Na última etapa do concurso, Octávio enviou um vídeo sobre como as tecnologias nucleares podem transformar a agricultura e a saúde no Brasil, promovendo sustentabilidade e qualidade de vida para todos.
A final da sexta edição do projeto, que tem apoio da gigante nuclear Rosatom – estatal que administra a frota russa de quebra-gelos – aconteceu em Moscou, em 20 de junho, no Museu do Átomo. Foram anunciados os nomes dos alunos de 21 países que vão participar da expedição ao Ártico a bordo do quebra‑gelo nuclear 50 Let Pobedy (50 Anos da Vitória), da Rosatom. A expedição parte em agosto de 2025.
Participaram da seleção quase 70 mil estudantes de 14 a 16 anos, provenientes dos seguintes países: Armênia, Bangladesh, Belarus, Bolívia, Brasil, China, Egito, Hungria, Índia, Indonésia, Cazaquistão, Quirguistão, Mongólia, Myanmar, Namíbia, Rússia, África do Sul, Turquia, Uzbequistão, Vietnã e Gana. O maior número de inscrições veio de Rússia (63 mil), Bangladesh (841), Índia (492) e Quirguistão (471). Do Brasil, participaram 107 estudantes.
No total, 65 estudantes embarcarão rumo ao Polo Norte. A lista completa dos selecionados está disponível nos sites polus.atom.online e Go Arctic. Alguns desses jovens serão os primeiros representantes de seus países a alcançar o Polo Norte.
Concurso
A competição internacional começou em 28 de abril de 2025 e teve três etapas. Na primeira, os alunos responderam a um quiz científico. Na segunda, assistiram a uma série de webinars sobre as tecnologias de ponta da Rosatom, inclusive as utilizadas para garantir a navegação segura no Ártico. Em seguida, testaram seus conhecimentos e preencheram anotações.
Na etapa final, os candidatos com mais pontos apresentaram vídeos com suas ideias para transformar a vida em seus países por meio de tecnologias nucleares. Os trabalhos foram avaliados por um júri internacional composto por especialistas do projeto Quebra‑Gelo do Conhecimento 2024, do ITER Project Center, do Russian Quantum Center e do FSUE Atomflot, entre outras instituições. Os principais critérios para a seleção foram a abrangência e a originalidade do conteúdo apresentado.
O objetivo do projeto educativo “Quebra‑Gelo do Conhecimento” é promover as ciências naturais e as tecnologias da indústria nuclear. Além disso, busca identificar e apoiar jovens talentosos, desenvolver suas habilidades e oferecer orientação profissional. Por isso, os critérios-chave de seleção foram: profundidade do conteúdo, desenvolvimento do tema, originalidade e criatividade na apresentação.
A sexta expedição do Quebra‑Gelos do Conhecimento, da Rosatom, parte em agosto de 2025, em comemoração aos 80 anos da indústria nuclear russa e aos 500 anos do início da exploração da Rota do Mar do Norte pela Rússia.
A Rota do Mar do Norte é o caminho marítimo mais curto entre o oeste da Eurásia e a região Ásia-Pacífico, sendo uma importante artéria de transporte nacional da Rússia. A primeira menção à rota pelos mares do Ártico data de 1525, quando o diplomata russo Dmitry Gerasimov sugeriu seu uso para a comunicação marítima entre Rússia e China. A partir daquele momento, iniciou-se a história da exploração da Rota, que completa 500 anos este ano.
A Rússia é o único país do mundo a operar uma frota de quebra‑gelos nucleares. Essa frota — composta por oito quebra‑gelos nucleares — é operada pela Atomflot, subsidiária da Rosatom.
A Rosatom e suas subsidiárias priorizam o apoio e desenvolvimento de iniciativas educacionais, científicas, divulgativas e culturais. Elas participam da criação de departamentos nas universidades russas, implementam programas de bolsas, grandes projetos educativos, e promovem estágios e pesquisas para estudantes, com posterior encaminhamento profissional.
Quebra-Gelo do Conhecimento
O projeto científico e educacional Quebra‑Gelo do Conhecimento é promovido pela rede de Centros de Informação de Energia Nuclear (NEIC), com apoio da Rosatom. Sua missão é promover as ciências naturais e as tecnologias da indústria nuclear, descobrir e apoiar jovens talentosos, desenvolver suas habilidades e ajudá‑los a construir suas carreiras.
Os melhores têm a oportunidade de participar de uma expedição ao Polo Norte a bordo do quebra‑gelo nuclear 50 Let Pobedy. Desde o lançamento do projeto, mais de 350 alunos já participaram das expedições promovidas pela Rosatom.
A edição 2025 faz parte do plano de ação para celebrar os 500 anos dodo início da exploração da Rota Marítima do Norte pela Rússia. A Rota do Mar do Norte é o caminho mais curto entre a parte ocidental da Eurásia e a região Ásia‑Pacífico e representa uma importante via de transporte para a Rússia. A primeira menção à rota remonta a 1525, quando o diplomata russo Dmitry Gerasimov propôs seu uso para comunicação comercial e naval entre a Rússia e a China. A partir daí, teve início a história do desenvolvimento da NSR, que completará 500 anos em 2025.
A Rússia é o único país no mundo com uma frota de quebra‑gelos movidos a energia nuclear, operada pela FSUE Atomflot, empresa do grupo Rosatom. Atualmente, essa frota conta com oito quebra‑gelos nucleares.
80 anos da indústria nuclear da Rússia
Em 2025, a indústria nuclear russa comemora seu 80º aniversário. A antiga União Soviética foi pioneira e líder mundial no uso pacífico da energia atômica: construiu a primeira usina nuclear do mundo (Obninsk, em 1954) e lançou o primeiro quebra‑gelo nuclear para desbravar o Ártico (o Lenin, em 1959).
Hoje, a Rosatom continua a desenvolver e implementar tecnologias avançadas em diversas frentes. A Corporação Estatal não só constrói usinas nucleares, fornecendo energia limpa a milhões de pessoas em dezenas de países, mas também sustenta a infraestrutura logística da Rota do Mar do Norte, produz novos materiais e fabrica medicamentos para medicina nuclear.
O ano do aniversário é marcado por três pilares: orgulho, inspiração e sonho. Os engenheiros nucleares se orgulham do feito de seus antecessores, inspiram-se nas conquistas das gerações anteriores e estão prontos para superar fronteiras e transformar o impossível em realidade.
O principal evento das celebrações será o fórum internacional World Atomic Week, que ocorrerá em Moscou no outono.